quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

diário de campo (s/d) (1 a 5)

1
enterraram um rio santo ao lado do não
desejo contendas concreto lápide ignorante
de caminho leveza irregularidade só mesmo
mãos não sabiam da fúria íntima de
um rio de um santo de um tio sem afluentes

2
tercílio venha venha em sonhos discursos
de um quase tio morto vivo somente memória
em que italianinhos duelam com negrinhos
no interior de uma história do tijuco preto
vila cajado espaço extinto de um tempo no qual
tercílio veio morto

3
nunca falei em mãe porque mãe há
intemporal existência de uma prótese
para a vida

4
rio enxurrada pocinha chuva
amor pinguela asfáltica urbana vontade
de água parada administrada impermeabilidade

5
flor é linguagem de algo a vir
sem hora marcada inesperado olhar
sem vazio de ausência

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