sábado, 27 de agosto de 2011

papéis avulsos

   1
   the old woman
   walked into the nude corridor
   and locked herself behind the fence
   she talks to the roses
   and the world out here sounds so rude
   i wonder about lonely umbrellas

   2
   está?
   pensa?
   soube há um tempo:
   velhinhos trinken sehr gern
   kafee mit sahne
   janelas, cortinas brancas
   e vasos com flores coloridas,
   a fala e as mãos nordestinas
   enfim, um não gozo
   à bordo do abismo
   (as pupilas, dois bicos jovens e inofensivos,
    eram a sua verdade)

   3
   ando perdendo beleza longe de você
   todo inverno ensaio a veste fúnebre
   mãos entrelaçadas sobre a barriga
   cujo frio queima as roses rosas
   (não basta aqui dentro estar queimando
   em fogo brando)

   4
   a boca não acompanha os olhos
   a voz retórica, enganadora
   desse papel de carta azul amarel
   continua...continua?
   (as pupilas azuis, dois bicos jovens e inofensivos
    transformam o amador em cosmético amado)

   5
   o eterno hímen
   da amizade, dos reencontros
   da visão do pássaro fugidio
   lábil como peixe de nosso lago

    6
    esse som eu não conheço
    lembro-me bem dos coices de amor
    que não vingaram

   7
   lembro-me bem do azul de um escuro claro
   ( o todo de algo genuíno):
   pupilas e um abismo navegável
   em riscos e garatujas encravados
   num barco de papel macio
   ( sinto o tempo da pera, velho gullar, por dentro)

   Ps: now, i wonder still about lonely umbrellas

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